Presidente Chávez recebe, em Madri (Espanha), uma delegação da Campanha Tirem as Mãos da Venezuela!

Escrito por El Militante - www.marxist.com

Sexta-feira, 25 de julho de 2008

Para os marxistas era fundamental aproveitar a viagem de Chávez para demonstrar a solidariedade da classe operária e da juventude da Espanha com a revolução venezuelana.

Vitoriosa concentração no Parque del Oeste

Por isso, na primeira hora da manhã, organizamos um ato com representantes do Sindicato dos Estudantes, a Corrente Marxista El Militante e a Campanha Internacional Tirem as Mãos da Venezuela em frente à estátua eqüestre de Simon Bolívar no Parque del Oeste. A este ato-homenagem acudiram cerca de 100 pessoas, contando com delegados sindicais de CCOO e STES.

Estiveram presentes também, membros da Coordenadoria de Trabalhadores Imigrantes, de Aliança País, movimento de Rafael Correa em Equador, da Plataforma bolivariana e Coordenadoria de solidariedade com Cuba, que deram uma saudação aos presentes.

O evento foi muito animado, com consignas que refletiam a enorme combatividade dos presentes, inspirados pelo exemplo revolucionário de Venezuela: “Tirem as Mãos de Cuba e Venezuela”, “Alerta, alerta, alerta que caminha: a luta socialista pela América Latina”, “Nativa ou estrangeira, a mesma classe operária”, fazendo referência à “diretiva da vergonha” recentemente aprovada, “Uh, ah, Chávez não se vá” e especialmente “Ista, ista, ista, Venezuela socialista”. Três faixas presidiram o ato: “Tirem as Mãos da Venezuela”, “Por uma Federação Socialista de América Latina” e “Que nunca lhe calem Comandante”, em referência às palavras do rei espanhol Juan Carlos.

Ao longo da manhã, distintos meios de comunicação, fundamentalmente venezuelanos acudiram ao ato e podemos conversar com eles. Entre eles, estava Venezuela Televisión e Telesur.

Para encerrar o ato de solidariedade, Juanjo López, secretário geral do Sindicato dos Estudantes e Miriam Municio, porta-voz da campanha Tirem as Mãos da Venezuela, se dirigiram aos presentes para explicar os objetivos da manifestação e a enorme importância da solidariedade internacional. Juanjo López destacou o terror que a revolução desperta nos imperialistas. Têm pânico que ela se estenda por todo o mundo, como já está se ocorrendo. Portanto, tratam de tergiversar sobre o que realmente ocorre na Venezuela: o início de uma profunda mudança na sociedade e a luta pelo socialismo.

Mirim Municio, por sua vez, partiu da atual crise econômica que sacode as potências capitalistas para demonstrar a impossibilidade de que exista um capitalismo com rosto humano. É isso que demonstra a diretiva aprovada recentemente que amplia a jornada de trabalho dos europeus a 65 horas semanais. A única alternativa é, portanto, o socialismo. Por isso, defendemos que a revolução têm que seguir avançando, expropriando as alavancas econômicas que continuam nas mãos dos capitalistas e liquidando o Estado burguês, que trata de boicotar o processo.

Este ato é uma demonstração de que a solidariedade tem que ser uma solidariedade de classe e internacionalista. Um triunfo da revolução na Venezuela será uma alavanca determinante para transformar o mundo.

Simultaneamente, representantes da Tirem as Mãos da Venezuela e do Sindicato dos Estudantes em Mallorca organizaram uma recepção ao presidente Chávez, com uma faixa onde se lia: “Bem-vindo companheiro Chávez, solidariedade com a revolução em América Latina”.

Coletiva de imprensa em La Moncloa

Posteriormente, dois companheiros do comitê de redação do jornal “El Militante”, da Corrente Marxista Internacional na Espanha, puderam participar da coletiva de imprensa que o presidente Chávez e o presidente espanhol Zapatero deram no Palácio de la Moncloa.

Os companheiros pretendiam perguntar sobre as nacionalizações que seu governo está empreendendo em benefício da classe operária e do povo venezuelano. Os capitalistas criticam, espantados, estas nacionalizações, como a de Sidor, no entanto, não têm nenhuma dúvida em resgatar bancos afetados pela crise financeira internacional, empregando dinheiro de todos. Queríamos conhecer a opinião de Chávez sobre essa flagrante hipocrisia, mas lamentavelmente, não tivemos a oportunidade de efetuar a pergunta.

O presidente Chávez deixou claro que na Venezuela está se produzindo um revolução. Assinalou que este processo se dá em toda a América Latina e que quem não vê é porque não quer e quem não sente é porque não quer sentir. Chávez assinalou que nos encontrams imersos em uma enorme crise em todos os níveis: crise alimentar, energética, financeira e inclusive moral. Ressaltou que se tratava, em definitivo, de uma crise de toda uma época. Compartilhamos com o presidente esta análise. E mais, acreditamos que se trata de uma crise global do sistema capitalista, um sistema caduco.

Encontro de Chávez com uma delegação de revolucionários

Na base militar de Torrejón, desde onde o presidente regressaria a Venezuela, Chávez se encontro com uma delegação de representantes do Sindicato dos Estudantes, Tirem as Mãos da Venezuela e a Corrente Marxista El Militante.

O recepção foi calorosa. Convidamos o presidente a retornar a Madri para organizar um evento de solidariedade de jovens e trabalhadores com a revolução venezuelana na próxima primavera, de características similares ao organizado por Tirem as Mãos da Venezuela em Viena, em maio de 2006.

Chávez se interessou pelo Sindicato de Estudantes e nos informou que pela manhã havia visto uma delegação de Tirem as Mãos da Venezuela em Mallorca. Perguntou por Allan Woods, fundador da campanha TMV e dirigente da Corrente Marxista Internacional. Nos disse que havia seguido o giro de Allan Woods por Venezuela, lançando seu último livro: “Reformismo ou revolução – marxismo e socialismo do século XXI, resposta a Heinz Dieterich”.

Também fizemos a entrega ao Presidente de alguns materiais políticos, entre eles o último livro publicado pela Fundação Frederich Engels “ História da Revolução Russa” do grande marxista Leon Trotsky. Chávez valorizou com grande interesse o presente. Nos despedimos ao grito de “Pátria, socialismo ou morte: venceremos”!

Pouco antes do Presidente tomar o avião presidencial rumo à Venezuela nos fotografamos com Chávez, com o punho para o alto, dando vivas à revolução e ao socialismo. O presidente nos animou a continuar a luta e insistiu na necessidade de transformar esse sistema.

Invepal está há um mês e meio parada por falta de matéria-prima

Presidente Chávez em visita à Invepal
Em outubro de 2005, na abertura do I Encontro Latino-americano de Empresas Recuperada pelos Trabalhadores, realizado em Caracas, na Venezuela, o presidente Hugo Chávez anunciou a nacionalização de algumas fábricas, dentre elas, a Venepal (transformada em Invepal).

A decisão foi tomada no rumo certo, para evitar o fechamento de postos de trabalho e das atividades produtivas, mas segundo a notícia traduzida abaixo, publicada pelo site El Universal, a empresa está paralisada há um mês e meio por falta de matéria-prima.

Além disso, os trabalhadores estão sentindo os problemas trazidos com o sistema de co-gestão com o Estado. (Invepal opera com 51% das ações pertencentes ao Estado e 49% nas mãos da cooperativa dos trabalhadores).

Questões trabalhistas, como a incorporação de 300 funcionários que não são acionistas da empresa, mas trabalham na planta, permanecem sem solução à vista. Além disso, não se sabe ao certo quem é o responsável pelo pagamento dos salários e benefícios: o Estado ou a cooperativa?

A FRETECO (Frente Revolucionária de Trabalhadores em Empresas em Co-gestão e Ocupadas - www.controlobrero.org) vem defendendo que a única maneira de resolver situações como essa é a nacionalização (100% estatal) com controle operário.

Não se trata apenas de uma questão de método. Trata-se da defesa e do aprofundamento da revolução, pois os capitalistas e burocratas do Estado se aproveitam dessas fragilidades para dizer que os trabalhadores não são capazes de gerir uma empresa, muito menos o país.
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Caracas, 21 de julho, 2008
Economía

Invepal está há um mês e meio parada por falta de insumos

Trabalhadores da empresa esperam que hoje se reiniciem as atividades

Suhelis Tejero Puntes

EL UNIVERSAL

A Indústria Venezuelana Endógena de Papel (Invepal) está há um mês e meio parada por falta de matéria-prima, segundo asseguram os trabalhadores desta planta.

A empresa, que forma parte do grupo de estabelecimentos que foram tomados pelo governo para levar à frente um processo de co-gestão no ano 2005, deteve suas operações várias vezes nesses anos porque a polpa utilizada para fabricar o papel não chega a tempo para continuar a produção. A mesma é importada desde países como Chile e Canadá.

Tal situação, revelou o trabalhador Noel Capote, deveria ser solucionada hoje, quando se espera que a indústria reinicie as operações e, desta vez, espera-se que seja de forma definitiva.

Para garantir isso, Capote assegurou que a empresa irá importar, além de matéria-prima, bobinas de papel para que, no caso da chegada da polpa falhar novamente, Invepal poderá seguir operando e assim não existirá a necessidade de parar o maquinário.

A indústria opera sob o esquema de co-gestão, no qual o Estado tem a maioria acionária (com 51% do pacote), enquanto que a cooperativa Covimpa, que representa os trabalhadores, detém 49%.

Em outros aspectos, o trabalhador de Invepal assinalou que se mantêm os problemas trabalhistas na indústria, pois a cooperativa não pretende absorver aos pouco mais de 300 trabalhadores que não pertecem à mesma, o que gera diferenças com os outros 297 que sim pertencem a Covimpa.

Não obstante, Capote revelou que a cooperativa en Invepal funciona a cargo do Estado, pois os trabalhadores inscritos na mesma pertencem à folha de pagamento estatal e é o governo que cancela seus salários e benefícios e não Covimpa.

Por outro lado, o trabalhador consultado indicou que todavia a empresa não alcança dividendos, situação gerada pelas múltiplas paralisações que enfrentaram desde o início, assim como por problemas financeiros que incluem má gestão administrativa logo no início.

O governo nacional, quando anunciou a criação da papeleira sob o esquema co-gestionário, estimava que em dois aanos a empresa estaria rendendo frutos, mas já correram três e os números seguem no vermelho. Invepal se formou após a expropriação das instalações de Venepal.

Junto a outras empresas, como Inveval e Invetex, entre outras, a papeleira integra a experiência que o Executivo iniciou em 2005 para entregar mais poder à massa trabalhadora e logo transferir as ações estatais. Mas algumas, como Invetex, não iniciaram as operações.

Alan Woods fala do seu livro "Reformismo ou Revolução"

Alan Woods, marxista britânico, fundador da campanha internacional de solidariedade "Hands OFF Venezuela", tem estado a lançar o seu livro "Reformismo ou Revolução" nesse país.

Nos vídeos poderás assistir à entrevista concedida ao programa "contragolpe" - um dos mais populares na televisão venezuelana

Parte 1



Parte 2



Relato do encontro de Hugo Chavez con Alan Woods em http://www.marxist.com/alan-woods-invited-chavez-nueva-esparta.htm